domingo, 17 de fevereiro de 2013

O FIB dos portugueses: arrisco no baixo!

Foi-se o sol!
Veio a chuva!
Esta mudança do nosso estado do tempo também opera em mim uma mudança do estado de alma. O sol é um excelente antidepressivo, traz luz, traz calor, traz brilho e traz também felicidade ou pelo menos melhora o nosso índice de propensão para a felicidade...ouso dizer e corro o risco das generalizações mas, acho que somos mais felizes no verão. Mas o que é isso da felicidade? Não há uma definição consensual acerca deste conceito tão abrangente e ao mesmo tempo tão efémero e fugaz. Por causa dessa fugacidade, já o filósofo Kant afirmava que o fim último do homem não é a felicidade. Não vou fazer um ensaio sobre a perspetiva filosófica de Kant sobre a felicidade, apenas citei este vulto da filosofia para fundamentar a minha convicção de que aquilo que traz felicidade a um avarento não é o mesmo que traz a felicidade a um altruísta. A felicidade será sempre um estado de alma, absolutamente subjetivo e dificilmente quantificável.
Quando se pergunta a alguém se é feliz, a resposta deixa sempre transparecer hesitação porque nós temos muita dificuldade em saber, objetivamente, o quanto somos ou não felizes. Se nos apanharem num momento bom a nossa resposta será condicionada por esse momento se o momento for mau, uma resposta negativa é inevitável. Provavelmente, se agora fosse para a rua perguntar aos portugueses se são felizes, obteria um FIB (Felicidade Interna Bruta) muito baixo, arrisco eu! Normalmente e noutros tempos chamados de vacas gordas, os portugueses à pergunta: Então como vai? Respondiam: vamos andando, uns dias melhores outros piores! Mais ou menos! Hão-de vir melhores dias! Isto está mau, mas haja saúde! Se neste tempo era assim, imaginem as respostas hoje, em tempos de vacas esqueléticas ou quase cadavéricas...
Cá para mim, penso que os portugueses têm duas formas antagónicas de estar na vida, isto é, socialmente têm uma certa tendência para o pessimismo (somos o povo do Fado e da Saudade), mas na sua esfera privada e individual são otimistas. Ainda bem! Mas podíamos tentar mostrar esse otimismo, não é pecado ou é? Ou teremos que esperar por dias de sol?
 

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